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Alta da soja está “em xeque”, avalia Imea

18/08/2015

Números da safra americana pressionam preços internacionais e influenciam cotações internas, mais dependentes do efeito do câmbio

A trajetória de alta nos preços da soja pode estar com os dias contados. A avaliação é de técnicos do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) para quemo movimento está "em xeque". Para eles, a tendência de curto prazo para as cotações na Bolsa de Chicago (CBOT) é incerta, com a movimentação especulativa dos operadores, principalmente em função das informações sobre a safra norte-americana. Na semana passada, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) atualizou suas projeções para asafra 2015/2016. O Imea destaca que, embora a projeção seja de área menor, a estimativa de estoques locais foi revisada para cima, o que teve mais peso e pressionou os preços, com forte volatilidade. Em Mato Grosso, a última semana foi de queda na cotação média do estado, acompanhando a movimentação internacional. De acordo com dados do Imea, a desvalorização foi de 1,08% com a saca valendo R$ 59,23. Em Chicago, o bushel de soja (equivalente a 27,2 quilos do grão) nos principais contratos segue operando abaixo de US$ 10. Na segunda-feira (17/8), o contrato para março de 2016, que serve de referência para o produtor de Mato Grosso, fechou cotado a US$ 9,22. Além da queda nos preços do grão, o dólar não ajudou na semana passada. Segundo os técnicos do instituto, a moeda americana caiu 0,51%, a R$ 3,50. Ainda assim, mais valorizado que no ano passado, quando a cotação nesta mesma época estava em US$ 2,24. "A tendência de alta é cada vez mais difícil de se pautar nos atuais fundamentos. Por isso, daqui para frente, o peso do dólar será cada vez mais necessário para o mercado interno, e qualquer repique de alta nas cotações internasdeve ser muito bem analisadas pelos produtores mato-grossenses", diz o Imea, em seu boletim semanal.