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Receita das exportações do agronegócio cai 10,8% em 2015

11/08/2015

De janeiro a janeiro a julho vendas externas somaram US$ 52,37 bilhões, enquanto as importações recuaram 16,6% para US$ 8,21 bilhões.

  A receita das exportações do agronegócio nos primeiros sete meses deste ano atingiu US$ 52,37 bilhões, valor 10,8% inferior ao registrado em igual período do ano passado. As importações somaram US$ 8,21 bilhões, valor 16,6% inferior ao desempenho de janeiro a julho de 2014. O saldo da balança comercial do agronegócio neste ano está em US$ 44,16 bilhões. Os dados, divulgados nesta terça-feira, constam do Sistema de Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro (AgroStat), do Ministério da Agricultura.
balanca_agronegocio_agosto (Foto: Divulgação)
Segundo o levantamento, a receita das exportações do agronegócio brasileiro em julho recuaram 5,2% (para US$ 9,11 bilhões) e as importações caíram 23,7% (para US$ 1,15 bilhão) ante o mesmo mês do ano passado. O saldo da balança comercial do agronegócio em julho foi de US$ 7,96 bilhões. A secretária de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Tatiana Palermo, chama a atenção para o fato de em julho as vendas externas de carne de frango in natura terem alcançado um montante mensal recorde, tanto em valor (US$ 685 milhões) quanto em quantidade (410 mil toneladas).
Peso da soja
Na análise do desempenho observado no acumulado deste ano, os técnicos do Ministério da Agricultura observam que os produtos de origem vegetal foram os que mais contribuíram para a queda nas vendas externas. "A redução decorreu particularmente em função da retração nas vendas do complexo soja, que foram US$ 4,25 bilhões inferiores", dizem eles. A receita das vendas externas de soja em grãos somou US$ 15,73 bilhões e recuou 18,4% ante os primeiros sete meses do ano passado. Os técnicos observam que esse resultado se deve à queda no preço médio da oleaginosa (de US$ 509 para US$ 386 por tonelada), "visto que a quantidade embarcada foi 7,5% superior (de 37,85 milhões de toneladas para 40,69 milhões de toneladas)". As exportações de farelo também recuaram em valor (-13%), apesar do crescimento no volume (+15,7%). No caso do óleo de soja, as exportações recuaram tanto em valor (-20,2%) quanto em quantidade (-1,6%). "A despeito da queda, em relação ao valor exportado o complexo soja foi o principal setor da pauta exportadora brasileira no ano, com US$ 19,91 bilhões", observam os técnicos. Eles apontam que as carnes foram o segundo setor que mais contribuiu para o decréscimo nas exportações do agronegócio, com US$ 1,41 bilhão a menos. Foram exportados US$ 8,4 bilhões, dos quais quase metade (49,3%) correspondeu às vendas de carne de frango e 38,1% às vendas de carne bovina. No período, as exportações de carne de frango cresceram 5,2% em volume, mas a retração no preço médio (de US$ 1.974 para US$ 1.731 por tonelada) resultou na redução da receita do produto em 7,7%. No caso da carne bovina, a receita caiu 21,4% (de US$ 4,07 bilhões para US$ 3,20 bilhões). Segundo os técnicos, a redução do valor exportado ocorreu principalmente em função da queda do volume exportado (-17,0%). Papel e celulose As vendas externas dos produtos florestais aumentaram 3,2% e atingiram US$ 5,93 bilhões, "assegurando ao setor a terceira posição dentre os principais setores exportadores do agronegócio". No período de janeiro a julho, a quantidade exportada de produtos florestais cresceu 9,7% enquanto o preço médio de exportação dos produtos do setor caiu 5,9%. O levantamento mostra que o complexo sucroalcooleiro, quarto principal setor exportador do agronegócio, registrou vendas externas de US$ 4,68 bilhões (-15,7%). A quantidade exportada pelo setor ficou praticamente estagnada, em 13,3 milhões de toneladas, porém o preço médio de exportação caiu 15,7%. O açúcar foi responsável por 91,4% de todo o valor exportado pelo setor sucroalcooleiro ou US$ 4,28 bilhões. A quantidade exportada de açúcar subiu 0,7%, chegando a 12,68 milhões de toneladas. O preço médio de exportação do açúcar, no entanto, diminuiu de US$ 394 por tonelada para US$ 337 por tonelada no período, diz o estudo. O café se destaca na quinta posição dentre os principais setores exportadores do agronegócio, registrando 3,8% de elevação do valor exportado ou a maior expansão dentre os cinco setores analisados, observam os técnicos. As vendas do setor atingiram US$ 3,62 bilhões e o desempenho se deve à elevação de 4,9% nos preços médios de exportação, uma vez que o volume exportado recuou 1,1%.