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COMEÇA BEM O PLANTIO DA NOVA SAFRA DE SOJA NO PR

As primeiras sementes da nova safra de soja brasileira já foram lançadas à terra. Liberado oficialmente desde 15 de setembro nas mais importantes regiões produtoras, o plantio do ciclo 2015/16 está em ritmo mais avançado no Paraná, vice-líder no cultivo da oleaginosa. Já em Mato Grosso, principal Estado produtor, os agricultores ainda aguardam o retorno mais consistente das chuvas, o que deve acontecer apenas na semana que vem. "A chuva não nos atrasou e temos evoluído a cada dia na semeadura", diz Lucas Gouvêa Vilela Esperandino, supervisor da área de assistência técnica da Coamo, a maior cooperativa da América Latina, com sede em Campo Mourão (PR). Há algumas semanas, os paranaenses enfrentaram excesso de precipitações e havia o temor de que a umidade atrapalhasse o início da safra, mas as chuvas deram trégua. Conforme Esperandino, os produtores associados à Coamo plantaram em uma semana pelo menos 10% dos 2,4 milhões de hectares previstos para 2015/16. A área total estimada é ligeiramente superior às 2,3 milhões de 2014/15, uma vez que a oleaginosa vem ano a ano avançando sobre as lavouras da primeira safra de milho. O Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral), vinculado à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Estado, divulgará apenas hoje seu levantamento sobre o ritmo do plantio. Contudo, Marcelo Garrido, economista do Deral, afirma que os trabalhos estão dentro do esperado, ao que tudo indica. "Nos últimos dez dias não tem chovido tanto e o calor está bem intenso, mas nada que preocupe no momento". Há um ano, os paranaenses já tinham plantado 7% da área de soja. Em Mato Grosso, os sojicultores continuam de olho no céu, à espera das chuvas necessárias ao restabelecimento da umidade do solo. "Com o maior custo de produção da história nesta safra 2015/16, o risco é muito alto. Todo mundo está pensando dez vezes antes de semear", afirma Nery Ribas, gerente-técnico da Aprosoja-MT, associação que representa os produtores locais. Em Rondonópolis, um dos mais importantes polos mato-grossenses de produção de soja, os agricultores esperam que o tempo mais úmido retorne em outubro para que os trabalhos de campo se acelerem na segunda quinzena do mês. "Geralmente demora um pouco mais para termos umidade por aqui; então, por enquanto, está tudo dentro do previsto", conta Francisco de Castro, presidente do sindicato rural do município. Na região de Sinop, no norte de Mato Grosso, há relatos apenas de chuvas esparsas, insuficientes para dar a partida nas plantadeiras. "Soube de chuvas de 50 mm a 60 mm ao norte do município, mas aqui mesmo não chove bem desde meados de maio", diz o presidente do sindicato rural, Antônio Galvan. Previsões da Somar Meteorologia indicam que chuvas regulares e de bons volumes devem ocorrer no Centro-Oeste do país a partir do início da próxima semana, garantindo boa janela para o plantio da soja. "O problema é nas semanas seguintes, porque volta a condição de chuvas irregulares", adianta o agrometeorologista Marco Antonio dos Santos. Segundo ele, só haverá boas precipitações na região mais perto de 12 de outubro. "Mas não ficará completamente seco nesse intervalo. Haverá chuvas pontuais, irregulares", diz. Fonte: Valor Econômico/Mariana Caetano | De São Paulo