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El Niño forte favorece Sul e preocupa Matopiba, avalia Agroconsult

23/10/2015 Clima deve ser adversário em um cenário em que dificuldades de financiar a safra impõem necessidade de boa produtividade no campo. Em um ano com indicações de ocorrência mais forte de El Niño, a produção de grãos na região do Matopiba (confluência entre os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) pode passar por dificuldades. O fenômeno, caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico, tem pouca correlação com anos de boa produtividade, especialmente, na Bahia, lembra o analista da Agroconsult, Marcos Rubin, destacando que os últimos três anos já foram de clima desfavorável para a agricultura na região. "Os problemas começaram a aparecer de forma mais clara. E com os produtores tendo dificuldades de acesso a crédito neste ano, há maior necessidade de que a safra seja boa. Todos os problemas que a gente escuta ganham proporção maior quando se fala de Matopiba", afirma Rubin, que, nesta semana, apresentou os primeiros números da consultoria para a safra de soja e milho 2015/2016. Situação difrente do sul do país, que geralmente é favorecido pelas condilções trazidas pelo El Niño. A Agroconsult ainda baseia suas projeções de produtividade para a safra 2015/2016 em dados históricos, pela ausência de informações mais consistentes de campo neste momento, mas no caso de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, excepcionalmente, a consultoria manteve as expectativas do ano passado, considerando a força com que deve ocorrer o fenômeno climático e o fato de que, já na safra passada, os rendimentos foram considerados bons nos dois estados. "Rio Grande do Sul e Santa Catarina têm uma correlação muito forte entre produtividade e El Niño", constata Rubin. Pelo menos por enquanto, de uma forma geral, a consultoria espera que cada um dos 33,1 milhões de hectares a serem plantados com soja no Brasil rendam de 50 a 51 sacas. No milho de verão, a estimativa é de 82,5 sacas por hectare (a área prevista é de 5,8 milhões de hectares) e na segunda safra do cereal, de 91 sacas (com uma estimativa de 11 milhões de hectares plantados). Os números tendem a passar por revisão, explica Rubin, com base nos trabalhos de campo e nas pesquisas realizadas por analistas da consultoria à medida que a safra se desenvolve. A expectativa, pelo menos neste momento, é uma produção de 100,6 milhões de toneladas de soja e de 88,5 milhões de toneladas de milho (28,5 milhões no verão e 60 milhões na safrinha).