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Fábricas de fertilizantes de Camaçari e Araucária interrompem operação

06/11/2015 A greve dos petroleiros começa a se estender para além das plataformas de produção da Petrobras e restringir a operação de algumas refinarias. Ontem, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) informou que unidades de coque da Reduc (Duque de Caxias) e Replan (Paulínia), duas das maiores refinarias do país, já estão sendo afetadas pelo movimento grevista. Procurada, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) disse que segue monitorando a situação e que, até o momento, não há informações de que o abastecimento ao mercado tenha sido interrompido. O Sindicato dos Petroleiros de Duque de Caxias relata que o carregamento de coque e a entrega de produtos químicos estão parados na Reduc. O Sindipetro estima em R$ 1 milhão o prejuízo diário da estatal com a greve na refinaria. Já em São Paulo, há relatos de redução na produção de coque da Replan, onde as operações estão sob controle das equipes de contingência. Em Mauá (SP), o Sindipetro informou, ainda, que a carga de produção da Recap caiu pela metade, após uma parada de emergência na unidade de HDT - responsável por retirar o enxofre do diesel. A operação da refinaria, que tem sido operada por um equipe de contingência, teria sido afetada pelo rompimento de uma solda na saída do reator, na terça. Os sindicalistas também informaram que, no Rio Grande do Norte, a Refinaria Clara Camarão também está paralisada, mantendo em atividade apenas as plantas de segurança. Ainda segundo a FUP, em refinarias como Rlam (Bahia), Reman (Amazonas), Refap (Rio Grande do Sul) e Rnest (Pernambuco) as equipes de contingência operam as unidades sem troca de turno. A FUP também relata casos de interrupção da operação nas fábricas de fertilizantes de Camaçari (BA) e Araucária (PR) e na unidade de processamento de gás natural de Guamaré, no Rio Grande do Norte. O funcionamento da unidade de tratamento de gás de Cacimbas e dos terminais de Barra do Riacho, Norte Capixaba e de Vitória segue com restrições. O principal impacto da greve, contudo, é sobre a produção de petróleo. Segundo a Petrobras, a redução da produção, em função da paralisação das plataformas, vem caindo nos últimos dias, de 273 mil barris na segunda-feira para 178 mil barris na terça e 140 mil na quarta. Os números dos sindicatos, porém, vão na contramão e indicam um aumento nas adesões ao movimento grevista, contrário ao plano de venda de ativos da companhia. De acordo com os dados mais atualizados do Sindipetro, da manhã de ontem, a greve já atingia 48 unidades marítimas na Bacia de Campos, sendo que 30 estavam com atividades completamente paralisadas - na terça eram 26 as plataformas paradas. Valor Econoômico, 06/11/2015