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Safra de cana está atrasada em São Paulo

Canal Rural 03 Nov 2015 08:11h A colheita de cana-de-açúcar no estado de São Paulo está atrasada em 4%, principalmente por causa do clima. Na região de Piracicaba, o atraso é ainda maior, em torno de 15%. A safra, que deveria terminar em novembro, deve se estender até o fim de dezembro. Ainda assim, muita cana deve ficar em pé, o que deve levar à antecipação da próxima safra. De acordo com o fornecedor de cana Gilmar Soave, de Saltinho (SP), o início da safra já foi atrasado por falta de chuvas, e, perto de começar a colheita, choveu mais. "Aí a cana começou a crescer e não amadureceu, o que atrasou um mês para iniciar a safra", diz. De acordo com o diretor da Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana), José Clóvis Casarim, essa situação prejudica os fornecedores porque eles deixam de receber e atrasam os tratos culturais. A produtividade geral desta safra em São Paulo está cerca de 15% acima da temporada anterior. Gilmar Soave, por exemplo, está colhendo até 85 toneladas de cana por hectare. O índice de Açúcar Total Recuperável (ATR), que serve de base para o pagamento da cana, está 4% menor, com 132 kg em média por tonelada. O produtor enfrenta ainda atraso no pagamento. Uma das três usinas para as quais fornece cana não está pagando em dia. "Pagar, eles pagam, mas demora. Eu ainda não recebi por cana do ano passado, e não sei quando vou receber", diz ele. De acordo com a União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica), o atraso em pagamentos é uma situação pontual, que não refletiria a realidade do mercado. Os preços do açúcar e do etanol estão em alta e, aos poucos, o setor estaria se recuperando da crise. De abril a setembro, o valor do quilo do ATR era de R$ 0,47, segundo o diretor técnico da Unica, Antonio Pádua Rodrigues. No mês de outubro, pulou para R$ 0,54, o que significaria dizer que a tonelada de cana já passa de R$ 70. "É um cenário positivo, no qual a empresas poderão a partir do ano que vem voltar a fazer reforma no canavial, em máquinas, em equipamento, na busca por maior produtividade, porque agora o preço já está compatível com os custos de produção", afirma Rodrigues. Roberta Silveira