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Segundo IBGE, cultura do feijão foi prejudicada por clima

Clima foi principal responsável pela queda na estimativa da produção nacional deste ano de cereais, leguminosas e oleaginosas 12/07/2016 - Responsável pela estimativa de queda de 8,4% na produção nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2016, o clima apresentou grande impacto na cultura do feijão, conforme o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de junho do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo Alfredo Guedes, gerente da Coordenação de Agropecuária do IBGE, o feijão é mais sensível ao clima do que outros produtos. "Feijão é uma cultura sensível, de ciclo rápido", afirmou Guedes. A quebra de safra da leguminosa tem feito o tradicional alimento das famílias brasileiras se tornar vilão da inflação. O IBGE projeta para 2016 uma produção total de 2,9 milhões de toneladas nas três safras de feijão ao longo do ano, queda de 6,6% em relação a 2015. Segundo Guedes, o consumo nacional é estimado em 3,2 milhões de toneladas por ano. Os preços sobem também porque o grão é perecível, não tem estoques, e poucos são os países exportadores. O clima afetou o feijão devido a grande quantidade de chuva no início do ano, na época do plantio, explicou Guedes. Depois, houve seca e, mais recentemente, geadas atrapalharam a produção (o Paraná é o principal produtor do feijão carioca, a variedade mais consumida). A "esperança" para a dinâmica de preços seria a terceira safra, que está sendo plantada. O IBGE já projeta uma queda de 2,2% na produção em relação a 2015 mas, de acordo com Guedes, não dá para contar muito com ela, já que responde por apenas 14,9% da produção anual. Já no arroz, a redução da safra também começa a se refletir no preço. Nessa cultura, o problema foi a chuva de janeiro no Rio Grande do Sul, que responde por 72,3% da produção nacional. "Pode ser que a gente precise importar", disse Guedes, destacando que a produção total nacional do cereal está estimada em 11,5 milhões de toneladas para 2016 (12,2% abaixo de 2015), mas o consumo anual é estimado em 11,5 milhões de toneladas. Fonte: Estadão