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VALE SUBSTITUI CAMINHÕES POR CORREIAS PARA TRANSPORTE DE MINÉRIO DE FERRO

27/10/2015 Atingida pela queda no preço das commodities, a Vale aposta em um novo sistema de transporte de minério de ferro para reduzir seus custos e minimizar o impacto ambiental. A nova estrutura, planejada para o projeto da mineradora chamado de S11D, em Canaã dos Carajás (Pará), é composta por correias de borracha, escavadeiras e britadores móveis e substituirá o uso de caminhões. As correias percorrerão até nove quilômetros de distância entre o local da extração e a usina de beneficiamento do produto. Com o transporte, a usina pôde ser planejada para uma área de pastagem, fora da Floresta Nacional de Carajás, reduzindo o impacto com o desmatamento. No total, serão instalados 37 quilômetros de correias transportadoras distribuídas dentro da mina, incluindo ramais que vão se conectar ao tronco principal até a usina de beneficiamento. Se no S11D fosse adotado o sistema de mineração convencional, em que o minério tem de ser levado da escavadeira até britadores fixos, teriam de ser usados 100 caminhões fora de estrada. Com a solução, a Vale pretende reduzir em até 77% o consumo de diesel, o que representa uma queda de 50% na emissão de gases de efeito estufa na operação. BAIXOS CUSTOS Segundo a mineradora, o S11D é o maior projeto da indústria de minério de ferro e tem como uma de suas vantagens os custos baixos. "O S11D é um projeto que agrega 90 milhões de toneladas de minério de ferro à produção da Vale. Trata-se de um investimento em que o minério, quando for colocado no porto, vai custar menos de US$ 10 por tonelada", diz o diretor de Implantação de Projetos de Ferrosos Norte, Jamil Sebe. De acordo com informações divulgadas pela companhia, o custo médio do minério de ferro no porto no terceiro trimestre foi de US$ 12,7, abaixo dos US$ 15,8 do trimestre anterior. A empresa também incorporou novo processo no setor de beneficiamento. "Outro investimento é no peneiramento a seco, que beneficia o minério sem utilizar água. O processo, já usado em algumas minas de Carajás, vai diminuir o consumo mensal de água para 110 mil metros cúbicos contra quase 1,7 milhão de metros cúbicos por mês em uma planta a úmido", diz Sebe. Segundo a Vale, outra vantagem é que o minério extraído será mais puro, com teor de ferro de 66,48%. No mercado, a referência é um teor de 62%. O projeto deve entrar em operação no segundo semestre de 2016. No terceiro trimestre, a Vale registrou prejuízo de R$ 6,7 bilhões. No trimestre anterior, a empresa havia lucrado R$ 5,14 bilhões. Fonte: Folha de São Paulo/DANIEL MARCONDES DE SÃO PAULO