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Vazio sanitário é medida importante contra ferrugem asiática

17/06/2016 - O vazio sanitário, em que se proíbe o plantio de soja em um período da entressafra que varia de 60 a 90 dias, adotado em 12 estados e no Distrito Federal, tem-se revelado uma ação de grande importância no combate à ferrugem asiática, um dos principais problemas da sojicultora e responsável por pelo menos três aplicações de fungicidas. Em regiões onde foram registrados níveis epidêmicos da doença, os danos chegam até 90% da produção da soja. A medida tem o objetivo de prevenir, controlar e auxiliar na erradicação da doença, que é provocada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi. O fungo só sobrevive e se multiplica em plantas vivas e essa estratégia tem como objetivo reduzir o inóculo do fungo durante a entressafra em razão da ausência de hospedeiro. O resultado esperado é o atraso nas primeiras ocorrências de ferrugem na safra, diminuindo a possibilidade de ocorrência da doença no período vegetativo e, consequentemente, podendo reduzir o número de aplicações de fungicidas necessárias para o controle. O calendário do vazio sanitário varia entre os estados. Os primeiros a adotarem o vazio sanitário são Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná, de 15 de junho a 15 de setembro. Em Goiás e no Distrito Federal, o vazio sanitário ocorre de 01 de julho a 30 de setembro. Durante o vazio sanitário, os produtores, além de não cultivarem o grão, devem eliminar a soja voluntária ou tiguera (plantas originárias dos grãos caídos no solo durante a colheita). O pesquisador da Embrapa Cerrados (Planaltina-DF) Ângelo Sussel explica que o não cumprimento do vazio sanitário acarretará na antecipação do surgimento da ferrugem nas áreas cultivadas, elevação no número de aplicação de fungicidas para o manejo da doença, elevação dos custos de produção e redução da produtividade. "Estas consequências não ficam restritas à propriedade que não adotou o vazio sanitário, pois o fungo se dissemina a longas distâncias pelo vento, não respeitando os limites da propriedade, município ou estado, afetando toda a região produtora de soja que se avizinha", acrescenta Sussel. Fonte: Embrapa